Departamentos de RH valorizam uso de tecnologia e de metodologias ágeis nos negócios, mas poucos adotam. Veja alternativas para resolver o problema
Apenas 30% das startups brasileiras trabalham com metodologias ágeis, método de gestão de processos com equipes de vários departamentos reunidas em torno de projetos – num jeitão de trabalhar bem distante do normal nas empresas.
Essa é a conclusão de um estudo recente da aceleradora de negócios ACE com o departamento de recursos humanos de 168 empresas de tecnologia de áreas diversas de atuação.
Quem aposta nesse tipo de metodologia costuma colher bons resultados. De acordo com o mesmo estudo, corporações com equipes multidisciplinares tendem a ser mais inovadoras e uma cultura organizacional mais coesa.
À primeira vista, esses conceitos podem parecer etéreos demais para serem aplicados no dia a dia das empresas. Os números mostram, contudo, que prestar atenção a eles pode significar, sim, mais lucratividade ao negócio.
De acordo com um estudo da consultoria Deloitte, empresas com cultura organizacional forte tendem a desenvolver produtos com mais frequência e lucrarem num ritmo duas vezes superior ao de concorrentes com menor engajamento.
Dito isso, o departamento de recursos humanos tem tudo para ganhar destaque – uma vez que dali devem sair mudanças necessárias para desenvolver a cultura organizacional da empresa inteira.
E, aí, ao que tudo indica, há um caminho grande a ser percorrido até as empresas entenderem o papel estratégico do RH nessa nova jornada. Há 30 anos, o RH era um departamento de uma pessoa só. Alguém do administrativo, que cuidava das contratações, demissões e folha de pagamento das empresas. Era um trabalho puramente burocrático.
Com o uso cada vez mais massivo de tecnologias, o papel do RH se transformou. Na década de 90, começou a era da gestão de pessoas. Hoje, essa área está passando por uma nova transformação mais radical, baseada não só em tecnologia, mas também em mudança cultural.
“Além de resolver o problema do presente, o RH precisa se antecipar às tendências do futuro”, diz Felipe Collins, sócio da ACE. Até lá, os departamentos de recursos humanos vão precisar acelerar a transição digital para acompanhar o protagonismo crescente.
De acordo com pesquisa da empresa de tecnologias para os recursos humanos Qulture.Rocks, apenas 15% das empresas consideram alta a utilização de tecnologia em seus RHs. Ao mesmo tempo, 91% das empresas entrevistas concorda que o uso de tecnologia é um aspecto fundamental para que a área de RH se torne mais estratégica no negócio.
Fonte: Exame