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O que esperar de uma franquia?

13 de dezembro de 2019 / Consultoria / por Comunicação Krypton BPO

Quanto do sucesso do empreendimento depende da franqueadora e quanto depende do franqueado?

As expectativas sobre o tempo de retorno do investimento e as margens de lucros esperadas costumam ser as grandes inquietações de quem planeja investir em uma franquia. Mas, embora os franqueadores ofereçam aos potenciais franqueados uma média de retorno de outros membros da rede ou mesmo das suas lojas próprias, é preciso ficar claro que, quando se investe em uma franquia, não existem regras e prazos definidos. Feita essa ressalva, vamos à primeira resposta: em média, as franquias brasileiras oferecem retorno do capital em cerca de 24 meses – oscilam de 12 a 40 meses, dependendo do porte, do segmento de atuação e de outras variáveis de mercado.

Sobre as margens de lucro esperadas, vale novamente frisar: não há regras ou equações que possam ser aplicadas a todas as situações. Dito isso, vamos a outra questão crucial. O que é mais vantajoso: aplicar no mercado financeiro, com riscos baixos, com retorno em torno de 1% ao mês, ou investir em uma franquia, um negócio com riscos – como qualquer outro –, mas que já foi testado e aprovado no mercado, com lucro líquido que pode variar entre 5% e 40% ao mês?

A resposta, claro, dependerá do perfil e das condições financeiras do investidor. No geral, empreendedores com maior capital estarão mais propensos a riscos – e, por consequência, às maiores possibilidades de lucro decorrentes exatamente desses riscos potenciais.

Aqui cabe um parêntese, não tão ligado à viabilidade do negócio – mas ainda assim necessário. Aplicações no mercado financeiro e em franquias são diferentes em vários aspectos.
O principal deles talvez seja o fato de a atividade meramente financeira gerar poucos empregos e divisas para o estado, enquanto a franquia produz, gera muitos empregos, divisas e lucro ao investidor, além de valor na entrega de produtos e serviços de qualidade aos consumidores.

Ou seja, de um lado, temos a opção de monetização do capital, de forma quase passiva, sem praticamente nenhum esforço. De outro, um desafio que contempla – e, sobretudo, exige – gestão de recursos e de pessoas, com recompensas à altura da capacidade do investidor de equilibrar todas essas variáveis. Mais uma vez, a resposta sobre qual caminho seguir irá depender sobretudo do perfil do investidor.

Ainda sobre a comparação das franquias em relação a outras opções do mercado, sempre recomendo que o investidor leve em conta o capital necessário para montar o negócio – inclusive o capital de giro. É preciso ter em mente que ele precisará de uma reserva para se manter até que o negócio consiga lhe pagar um pró-labore ou mesmo que a empresa comece a distribuir lucros. Esse período varia de negócio para negócio.

Desta forma, antes de assinar contrato com a franqueadora, o foco total do investidor deve ser no seu plano de negócios e nas visitas a franqueados novos e maduros da rede escolhida. Será nesses contatos que ele irá obter informações relevantes para que se sinta seguro em prosseguir.

Vamos a um exemplo prático. Como a maioria das franquias exige dedicação pessoal do franqueado, o investidor precisa criar um pró-labore para se manter. A equação é simples: digamos que ele invista R$ 300 mil para montar um negócio. No caso hipotético, o faturamento mensal é de R$ 100 mil reais, com 25% de margem. Logo, o franqueado terá lucro de R$ 25 mil por mês, podendo fazer um pró-labore de R$ 10 mil – sobram ainda R$ 15 mil de lucro.

Considerando o lucro sem pró-labore, o franqueado teria um retorno do investimento em 12 meses. Em outra hipótese, se considerarmos o pró-labore, o tempo de recuperação do capital seria maior, mas, ainda assim, o retorno seria excepcional. Para um investidor com pouco capital, considero os números acima excelentes pontos de partida. Mas volto a frisar: não existem regras que garantam que tudo irá ocorrer dentro das projeções. Tudo dependerá de diversas variáveis – da dedicação e da capacidade de gestão do franqueado ao segmento negócio, passando pela situação geral do mercado.

Por fim, uma questão que também costuma ser tema de conversas no segmento de franquias: quanto do sucesso do empreendimento depende da franqueadora e quanto depende do franqueado? Em geral, a franqueadora precisa ter um negócio testado e desejado pelo mercado. Isso somente se consegue colocando o projeto para rodar em fase de piloto, para, somente depois dessa fase, começar a franquear. Ou seja, quando um negócio se torna franquia ele já está consolidado. Desta forma, costumo dizer aos investidores que, ao adquirir uma franquia, eles compram 50% do sucesso. Os outros 50% dependerão de sua capacidade e do seu empenho na implantação do negócio.

Autor: José Carlos Semenzato é fundador da SMZTO, holding de franquias setoriais e investidor do Shark Tank Brasil

Fonte: Administradores
Imagem: Designed by Freepik

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