Empresa pretende democratizar os voos urbanos, com um estudo de operação indicando a possibilidade de um preço a partir de R$ 99
Os planos da Embraer de tornar os voos urbanos populares e acessíveis estão cada vez mais perto de se tornar realidade.
A empresa brasileira, responsável pelos “eVTOLs” – sigla para “veículo elétrico de pouso dedecolagem vertical” – pretende democratizar os voos urbanos, com um estudo de operação indicando a possibilidade de um preço a partir de R$ 99 para uma viagem entre a Barra da Tijuca e o aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro e, atualmente, tem seus “carros voadores” em processo de regulamentação na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
Responsável por supervisionar as atividades da aviação civil no Brasil, a agência abriu uma consulta setorial para apresentação de sugestões e ideias que podem integrar a certificação do EVE-100, da Eve Air Mobility, empresa de mobilidade urbana da Embraer.
De acordo com a Anac, a consulta, que visa reunir comentários sobre os critérios de aeronavegabilidade que serão estabelecidos para o modelo da Eve, permanecerá aberta até esta sexta-feira (15) e pode ser acessada em seu site oficial.
Ao g1, a agência explicou que são aceitos comentários em relação aos requisitos que devem ser aplicados ao modelo das aeronaves, como, por exemplo, peso e centro de gravidade; estruturas utilizadas; características de navegação; contenção contra propagação de incêndios; teste de durabilidade de equipamentos; e itens que devem ser incluídos no manual de instalação e operação do motor.
Em seguida, as informações recebidas serão analisadas e a agência avaliará quais delas podem ser incorporadas ao final do regulamento usado nas certificações.
Por ser um modelo novo na aviação, os “eVTOLs” não contam com um regulamento específico até o momento e, por isso, os critérios de aeronavegabilidade usados para eles terão como base os requisitos contidos no Regulamentos Brasileiros da Aviação Civil (RBAC), informou a Anac.
Estruturalmente semelhantes a helicópteros, mas feitos para viagens de curta distância, os “carros voadores” da Embraer, com espaço para quatro passageiros e um piloto, já contam com três mil encomendas e têm início de operação previsto para 2026. Eles diferem dos helicópteros, ainda, nas asas e no tipo de hélice, além de possuirem um motor elétrico. Em julho do ano passado, a empresa anunciou que eles serão produzidos em Taubaté, em São Paulo.
De acordo com a Eve, os veículos terão alcance máximo de 100 quilômetros e vão reduzir as viagens intraurbanas de uma hora para 15 minutos. Seu custo operacional e de manutenção, quando comparado aos helicópteros, será menor, assim como a emissão de ruído. Além disso, eles terão zero emissão de CO2.
Os operadores, como são chamados os clientes que adquirirem o produto, vão oferecer voos em trajetos específicos, como transporte para aeroportos e para vertipotos. Existe, também, previsão de voos turísticos.
Até o momento, a expectativa é que, no Brasil, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul sejam os primeiros locais a receber os “carros voadores”. Também há clientes em São Francisco, nos Estados Unidos, Noruega, Austrália, Kenya, Dubai e Reino Unido. Ao todo, existem 28 clientes espalhados por todos os continentes.
No momento, existem cartas de intenções para até 2.850 eVTOLs – representando mais de US$ 8 bilhões – para operadores de helicópteros, companhias aéreas, empresas de leasing e plataformas de voos compartilhados. No Brasil, são 285 veículos dos quais 100 são para a Avantto, 50 para a Helisul, 40 para a FlyBIS, 25 para a Flapper e 70 para a Voar.
O objetivo da empresa, por enquanto, é que o produto seja oferecido apenas para empresas voltados a serviços de transporte e não para uso privado.
Fonte: Administradores