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Ouvir para inovar: a escuta nos permite ser precursores

7 de dezembro de 2022 / Carreira / por Comunicação Krypton BPO

Em um dia desses, durante um workshop, uma esportista muito parceira nossa me disse: “eu não sei como você consegue administrar tudo o que ouve sobre os produtos”. Ela ainda discorreu um pouco, mas essa fala ficou reverberando na minha cabeça.

Em tempos de redes sociais, nos condicionamos a falar muito e ouvir quase nada. Ouso dizer, inclusive, que quem ainda mantém o exercício da escuta pode até ser confundido com complacente ou desinteressante! Sim, como se quem ouve o faz pela falta do que dizer. Ledo engano. O ato de escutar está no contrafluxo da tendência de comportamento, e no meio desse oceano de falas, quem ouve é rei!

E todos sabemos que não é algo fácil, pelo contrário, trata-se de um exercício constante e infinito. Entender o valor da escuta nos meus processos criativos foi certamente um ponto de grande virada, mas ouvir não basta. Elenquei aqui alguns pontos práticos na inovação (ou evolução) de produtos a partir da escuta que considero essenciais:

1) Cavar respostas

Na inovação de produtos, não espere que o(a) consumidor(a) tenha respostas prontas e bem amarradas. Normalmente ele(ela) mal consegue verbalizar uma dor. Muitas dores são tão abstratas que ainda não tomaram um formato sólido e passível de ser exposto com clareza. Eu vejo como se a resposta essencial que me interessa estivesse envolta de várias camadas que são descascadas a cada pergunta.

2) Promover a troca entre consumidores

Esta é uma das escutas mais ricas, interessantes (e divertidas), ouvir um grupo de consumidoras(es) trocando experiências, porque são nesses momentos que, por exemplo, elas(eles) descobrem que, o que se achava ser uma particularidade, é na verdade um problema comum a várias outras pessoas.

3) Registro e organização do que se escuta

Ouvir e apenas ouvir, sem registrar, sem tabular, sem medir, é tempo perdido. Confiar somente no próprio “feeling” sem ter dados claros para análise e cruzamento, é bastante perigoso.

4) Entender se sua experiência pessoal é relevante – e, se sim, qual o peso

Manter-se ciente de que o produto não está sendo criado para você, e sim para o mercado, e se basear em gostos e preferências pessoais, isto é, fazer o produto com base em você mesma(o) é certamente um tiro no pé.

5) Materializar a solução para o que se ouviu

O fundamento essencial do design é resolver problemas (eu amo esse conceito!) e, se estamos falando de algo novo, não existe receita pronta, e é aí que entram a criatividade e a testagem. Não, a escuta não é somente um ponto de partida, ela é elemento permanente presente também na testagem até a chancela final.

Ouvir é que nos permite evoluir, mudar rotas, criar, recriar, inovar… nos permite manter tudo vivo e caminhando. Ouvir é fundamental para não estacionarmos, mas a escuta oferece muito mais que isso: nos permite ser precursores.

* Vanessa Kotters é Diretora de Produto da Authen.

Fonte: Portal Administradores

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