Resolução de problemas e pensamento analítico estão no topo da lista de habilidades que crescerão nos próximos anos.
A demanda por habilidades tecnológicas, sociais, emocionais e cognitivas crescerá nos próximos anos. É o que revela uma pesquisa da McKinsey, líder mundial no mercado de consultoria empresarial, feita com quase 20 mil pessoas em 15 países no ano passado. O resultado do estudo corrobora o crescente avanço das estratégias de tomada de decisão, do uso de tecnologias digitais e inteligência artificial no dia a dia de profissionais ao redor do mundo.
A velocidade de transformação nos empregos tornou indispensável a requalificação de 50% de todos os profissionais inseridos no mercado de trabalho até 2025, de acordo com o Fórum Econômico Mundial (WEF). O pensamento analítico e a resolução de problemas figuram no topo da lista de habilidades que os empregadores acreditam que crescerão em destaque nos próximos cinco anos e estão associadas a uma maior probabilidade de emprego, melhores salários e satisfação no trabalho.
Essa é uma tendência que sucede as habilidades de autogerenciamento surgidas no último ano, em meio à pandemia, como aprendizado ativo, resiliência, tolerância ao estresse e flexibilidade. Hoje, em um mercado de trabalho mais automatizado, digital e dinâmico, elas dão espaço também ao desenvolvimento da capacidade crítica nos trabalhadores das mais diversas áreas de atuação.
Entendendo a competência do futuro
A comunicação e a flexibilidade mental são dois grupos de habilidades que pertencem à categoria cognitiva, relacionada à capacidade perceptiva, racional e de memória e juízo da mente humana. “Não existe mais espaço para achismos e abordagens superficiais no trabalho”, afirma Luiz Eduardo Drouet, sócio-gerente da Share RH.
Segundo o especialista, um profissional analítico é uma pessoa lógica, prática, crítica e realista. Ela se baseia em fatos e dados, e procura estabelecer padrões com base nas informações disponíveis.
Há, contudo, um atalho mental a se observar durante o processamento de informações no cérebro para tomada de decisões e julgamentos. O chamado viés cognitivo leva a desvios de racionalidade e lógica ao criar padrões baseados em experiências e percepções anteriores, que distorcem o julgamento e levam a pensamentos e escolhas desconectadas da realidade.
Para evitar esse efeito, é necessário entender e controlar a habilidade, que poderá ser adquirida em menos de seis meses para 40% dos trabalhadores, ainda de acordo com dados das WEF. A organização indica que mais da metade da força de trabalho no mundo vai precisar de algum tipo de treinamento nos próximos três anos para se capacitar. Cerca de 39% das empresas deverão investir em qualificação interna, enquanto a parte restante será complementada por plataformas de aprendizado online, em um movimento acelerado pelo cenário de pandemia.
Drouet explica ainda que como toda competência, é importante que o profissional invista tempo e esforço no conhecimento teórico e na experiência prática. “A leitura de livros e cursos especializados é altamente recomendada, mas é na aplicação da teoria no dia a dia e da participação em projetos e atividades reais que a habilidade será plenamente desenvolvida”.
Fonte: Exame