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Qual será o papel do RH dentro do metaverso?

6 de dezembro de 2021 / Consultoria / por Comunicação Krypton BPO

Você já ouviu falar em “metaverso”? Para muitas pessoas, o primeiro contato com o termo veio há pouco tempo, quando Mark Zuckerberg mudou o nome de sua empresa Facebook, Inc. para Meta Platforms, Inc., que assumiu o nome comercial Meta, mas principalmente anunciou que a companhia investiria na construção de um ambiente virtual tridimensional, um metaverso que, segundo o bilionário, será o “futuro da internet” e deve se concretizar em 10 ou 15 anos. Por ser uma das “tendências de momento”, diversas outras empresas estão sendo atraídas pelo metaverso. Microsoft, NVIDIA e Nike são exemplos de gigantes que planejam mergulhar no mundo digital.

Embora tratado como algo futurista, o metaverso já é uma realidade. O conceito, que resumidamente é um universo digital onde as pessoas conseguem interagir entre si por meio de avatares, já é experimentado por muitos brasileiros. Segundo dados de um levantamento feito pelo instituto de pesquisa Kantar Ibope Media, disponibilizados no portal Tilt, 6% da população do país que tem acesso à internet já utilizou alguma versão do metaverso. Em números gerais, cerca de 4,9 milhões de brasileiros.

Um importante marco no metaverso foi o jogo Second Life, que chamou alguma atenção nos anos 2000, mas acabou se tornando obsoleto pela falta de tecnologia que atendesse à demanda de realismo da audiência. Nele, os usuários criavam seus avatares e interagiam entre si, como se estivessem frente a frente, sem o intermédio de telas ou da conexão de internet.

O propósito do metaverso

A tecnologia do metaverso permite que as organizações consigam explorá-lo de diversas formas. Mais que um ambiente virtual, ele traz um formato em que teremos diversas interações econômicas e sociais e, com isso, possivelmente redefinir a nossa compreensão da própria internet, reforçando a ideia da web 3.0, a remuneração de todos os elos que produzem valor para uma determinada plataforma.

Mas e o RH, qual o seu papel no metaverso?

Segundo Marcelo Rodino, sócio da Flex Interativa, empresa de comunicação de experiência com foco na aplicação de soluções para o ambiente virtual, “normalmente, o metaverso é relacionado a tecnologias como realidade virtual, realidade aumentada e realidade mista. Mas a chave está no aspecto comportamental: na forma como os usuários se comportam com essas tecnologias e na dialética que se estabelece entre o real e o virtual”.

Pensando na rotina atual de profissionais de Gestão de Pessoas – e não somente neles -, o metaverso pode trazer praticidade, mas também desafios. Reuniões virtuais, entrevistas de emprego e até uma disrupção no conceito de espaço de trabalho tendem a ocorrer. Já existe até um nome para isso: Home Office 2.0.

“As empresas já têm feito ações dentro do contexto do metaverso, com graus diferentes de complexidade e algumas com grande sucesso. Inevitavelmente as companhias vão precisar considerá-lo no seu escopo de comunicação num futuro próximo. Mas também é algo que já está disponível e que pode ser aplicado aos poucos, de diversas formas”, revela.

De acordo com Alisson Costa, especialista em Marketing e Tecnologia da Informação, o “céu é o limite” para mudanças organizacionais. “O Facebook está testando uma sala de conferências virtual na qual o acesso é feito com o uso de óculos de realidade aumentada, implantes neurais, projetores e, claro, a construção de um avatar. A evolução do mecanismo poderá ser utilizada para empresas ganharem tempo em processos seletivos, o que envolve dinâmicas com pessoas de todos os lugares do Brasil e até do mundo, e pode ser muito eficaz para reuniões, treinamentos e afins. O potencial educacional é muito grande. Imagine um professor, ao explicar sobre a pré-história, poder, por meio dos avatares, levar os seus alunos até ela”, elucida.

Há, todavia, preocupações que também devem ser levantadas. Em entrevista ao portal do Instituto Humanas Unisinos, Paula Sibilia diz que “tendo testemunhado o que vem ocorrendo nos últimos anos com o uso dos algoritmos nas redes sociais da internet, é assustador imaginar o que pode vir a acontecer numa atualização desses sistemas que leve ainda mais longe a ilusão de uma “bolha sem fora” (bolhas normalmente ideológicas que não abrem entrada para quaisquer pessoas que pensem diferente) suscitada pela experiência da interação digital”.

As preocupações se estendem ao excesso de tecnologia. Redes sociais, segundo estudo publicado em 2017 no Periódico Americano de Medicina Preventiva, são responsáveis pelo aumento do sentimento de solidão. Doenças e transtornos como ansiedade e depressão também fazem parte do lado negativo das redes.

“O metaverso poderá ser de uso profissional, mas em nenhum momento deixará para trás o aspecto pessoal, que inclusive deve ser o maior motivador de uso popular. Portanto, os RHs deverão se atentar aos excessos. A tecnologia é importante e chega para somar, porém é preciso ter cautela para que processos humanizados não se percam pelo caminho”, finaliza Costa.

Por Bruno Piai

Fonte: RH Pra Você

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