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Vendas do comércio varejista em Minas caem 1,7% em dezembro

Vendas do comércio varejista em Minas caem 1,7% em dezembro

14 de fevereiro de 2022 / Consultoria / por Comunicação Krypton BPO

As vendas do comércio varejista mineiro em dezembro foram 1,7% menores que no mês anterior. Novembro já havia sido de decepção, com um crescimento de apenas 1,1%, índice modesto para um mês de Black Friday. Somados aos dos meses anteriores, tais resultados consolidam uma tendência de queda das vendas no segundo semestre de 2021, detectada pela Pesquisa Mensal do Comércio divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

“No primeiro semestre, houve uma recuperação clara e as vendas foram crescentes quando comparadas mês a mês. No segundo, os números foram decaindo e todos os meses foram negativos, apenas o de novembro foi positivo”, diz o analista de Informações do IBGE Daniel Dutra. Apesar dessas quedas no segundo semestre, o índice se manteve positivo em 3,1% no acumulado do ano de 2021.

Dezenove das 27 Unidades da Federação apresentaram resultados negativos, com destaque, por magnitude de taxa, para Mato Grosso (-4,7%), Acre (-4,5%) e Rondônia (-4,3%). Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, a variação das vendas do comércio varejista em Minas Gerais foi de -0,5%, seguindo a queda nacional, que foi de 2,9%. O IBGE ressalta que 21 das 27 Unidades da Federação apresentaram resultados negativos, com destaque para: Bahia (-12,9%), Pernambuco (-11,4%) e Sergipe (-11,1%)

No acumulado no ano, janeiro a dezembro 2021, o índice nacional foi de 1,4%, sendo que 13 das 27 unidades federativas apresentaram indicadores positivos, com destaque para Piauí (9,8%), Amapá (8,5%) e Rondônia (7,1%). 

No comércio varejista de Minas Gerais, apenas 6 das 11 atividades investigadas apresentaram avanço na comparação com o mesmo mês do ano anterior – neste caso as vendas só são medidas no acumulado. O destaque mais uma vez é para Artigos farmacêuticos e médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (15,7%).

As atividades que mais recuaram foram as categorias Eletrodomésticos (-29,3%) e Equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-29,2%). Já no comércio varejista ampliado, o setor de Veículos, motocicletas, partes e peças apresentou avanço de 7,1% e o setor de Material de construção, um recuo de 3,8%.

A redução na venda de bens duráveis sinaliza os efeitos da inflação e o consequente aumento de preços, além da queda na renda do consumidor brasileiro. Segundo a Pnad Contínua divulgada no início de dezembro, a renda média do trabalhador no último trimestre de 2021 recuou para R$ 2.459, 4% a menos em relação ao trimestre anterior.  Foi a menor renda do trabalhador desde o 4º trimestre de 2012, quando ela ficou em R$ 2.438.

“Até o ano passado, todos os recuos eram atribuídos à Covid. Agora é claro que a inflação e os juros estão impactando a escolha de consumo. As pessoas compram menos e, quando compram, escolhem produtos mais baratos”, analisa Daniel Dutra.

Para o economista Paulo Bretas, coordenador da Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (Abed-MG), tudo conspira contra o consumo, a começar pelo desemprego, que, apesar de ter diminuído, segue elevado.

“Temos o agravante da redução de renda, já que trabalhadores informais ganham menos. Em segundo lugar, vem a inflação crescente e, em terceiro, as famílias já estão bastante endividadas para fazerem mais dívidas com aquisições”, assinala o economista. “Por último, o auxílio emergencial foi bastante reduzido e muitas famílias deixaram de receber o Renda Brasil. Ou seja, sem dinheiro não há como comprar nem nas liquidações”, completa Bretas.

Setor tem ganhos pelo 5º ano seguido no País

São Paulo/Rio de Janeiro – As vendas no varejo brasileiro registraram queda menor que a esperada em dezembro e terminaram 2021 com ganhos pelo quinto ano seguido, mesmo em meio a cenário de inflação e juros altos no País, ainda afetado pela pandemia de coronavírus.

As vendas varejistas recuaram 0,1% em dezembro na comparação com novembro, de acordo com os dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado, melhor do que a expectativa mediana em pesquisa da Reuters de queda de 0,5%, levou o setor a fechar o quarto trimestre do ano com baixa de 2,1%, depois de recuo de 1,6% no terceiro trimestre.

Na comparação com o mesmo mês de 2020, as vendas varejistas tiveram queda de 2,9% em dezembro, contra expectativa de uma perda de 3,3%.

Apesar dos resultados negativos no final do ano, o varejo brasileiro fechou 2021 com crescimento acumulado de 1,4% em relação a 2020, quinto ano positivo seguido para o volume de vendas, que tem girado abaixo de 2% nos últimos três anos.

“De modo geral, o volume de vendas no varejo se aproxima do patamar pré-pandemia, sendo que alguns setores já se encontram bem acima, como é o caso dos Artigos Farmacêuticos, que já cresce há cinco anos”, destacou o gerente da pesquisa, Cristiano Santos.

Ao longo do ano passado, o setor apresentou crescimento na primeira metade, passando a registrar uma série de quedas no segundo semestre, considerando bases de comparação em períodos distintos da pandemia.

Para este ano, seguem os desafios apresentados pela inflação e desemprego elevados, bem como aumento dos juros.

“A inflação nos últimos meses diminuiu o ganho em volume do comércio e o poder de compra dos consumidores”, completou Santos. “Outro fator que afeta o consumo é o dólar mais alto, especialmente em setores que têm componentes importados, como móveis, eletrodomésticos e equipamentos de comunicação e escritório”.

Entre as oito atividades pesquisadas, três tiveram queda em dezembro sobre o mês anterior: Outros artigos de uso pessoal e doméstico (-5,7%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-2,0%) e Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-0,4%).

As vendas do comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, aumentaram 0,3% em dezembro, com ganho de 1,2% de veículos e recuo de 1,4% de materiais de construção.

No ano como um todo, os resultados positivos vieram de Tecidos, vestuário e calçados (13,8%), Outros artigos de uso pessoal e doméstico (12,7%), Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (9,8%) e Combustíveis e lubrificantes (0,3%).

Fonte: diariodocomercio

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