A influência social dos robôs sobre as pessoas e as incertezas que isso pode trazer não devem ser subestimadas. Pesquisa realizada pela Kaspersky e a Universidade de Ghent descobriu que robôs podem efetivamente extrair informações sigilosas de pessoas que confiam neles. Estimativas apontam que os sistemas robóticos serão comuns nas residências de alto padrão até 2040.
Atualmente, a maior parte dos robôs está em fase de pesquisa acadêmica e é cedo demais para discutir como incorporar medidas de cibersegurança. No entanto, o estudo descobriu um novo e inesperado aspecto de risco associado à robótica: o impacto social sobre o comportamento das pessoas, além do perigo potencial e do vetor de ataque que a tecnologia traz.
A pesquisa, que contou com cerca de 50 participantes, utilizou um robô criado e programado para interagir com as pessoas usando a comunicação não verbal e a fala. O contexto do estudo aconteceu em um ambiente em que os robôs estavam hackeados e permitindo total controle do atacante neste cenário. Neste cenário, a pesquisa avaliou os possíveis riscos de segurança relacionados ao fato de o robô influenciar ativamente os usuários a executar determinadas ações, como:
“No início da pesquisa, examinamos o software usado no desenvolvimento do sistema robótico. Curiosamente, descobrimos que os designers tomaram uma decisão consciente de excluir mecanismos de segurança e se concentrar exclusivamente no conforto e na eficiência”, explica Dmitry Galov, pesquisador de segurança da Kaspersky. “No entanto, como mostraram os resultados de nossa experiência, assim que a fase de pesquisa for concluída, os desenvolvedores deverão lembrar da segurança. Além das considerações técnicas, há aspectos importantes que precisam ser considerados em termos da segurança robótica”.
Tony Belpaeme, professor de inteligência artificial e robótica na Universidade de Ghent, acrescenta: “A literatura científica indica que a confiança nos robôs e, mais especificamente, nos robôs sociais, é real e pode ser usada para convencer as pessoas a realizar ações ou revelar informações. Em geral, quanto mais humanoide for o robô, maior será sua capacidade de persuadir e convencer. Nossa experiência mostrou que isso pode gerar riscos significativos à segurança: as pessoas tendem a não considerá-los, presumindo que o robô é bom e confiável”.
O estudo ‘O potencial dos robôs sociais para persuasão e manipulação: um estudo de prova de conceito’ está disponível aqui.
Fonte: Kaspersky