Muitas pessoas me perguntam: “Como é possível desenvolvermos novos comportamentos? Eu sou assim desde muito criancinha! Essa é a minha personalidade, eu não vou mudar!”. Essas são algumas falas muito comuns que eu escuto das pessoas que chegam até mim, com o objetivo de trabalharem suas soft skills, ou seja, suas habilidades comportamentais.
Gostaria de iniciar esse artigo contando para vocês que todos nós somos resultado de um conjunto de experiências vividas desde quando éramos bebês na barriga materna. Pesquisas mostram que com 4 semanas de vida o feto já sente todas as emoções da mãe. Ao chegar aqui na terra, logo no nascimento, recebemos influências do nosso núcleo familiar, dos nossos antepassados, aprendemos valores e crenças, vivenciamos histórias e traumas, recebemos rótulos, muitas vezes já na infância, vivenciamos relacionamentos, aprendemos por padrões com pessoas que marcaram até aqui a nossa trajetória, e muito mais.
As experiencias vividas principalmente na nossa primeira infância moldam nossa lente pela qual enxergamos o mundo agora na nossa fase adulta. Mas a boa notícia é que SIM, é possível desenvolvermos novas soft skills, que são as nossas habilidades humanas e comportamentais. Aqui vou te contar como isso acontece.
Antes dessa análise, portanto, eu gostaria de trazer alguns dados importantes: estudos da PageGroup apontam que 91% dos profissionais são contratados pelo currículo e experiências, mas demitidos por problemas comportamentais.
Um outro levantamento feito pelo IBM Institute for Bussiness Value, apontou que nos próximos 3 anos, 120 milhões de trabalhadores, nas 10 maiores economias do mundo, precisarão de recapacitação profissional, para a qual as habilidades comportamentais conhecidas como Soft Skills, aparecem como as mais essenciais.
Ou seja, conclui-se que as soft skills são as habilidades que irão fazer de você um ser humano mais consciente e evoluído, e consequentemente, irão te levar a um crescimento profissional. Sabe por quê? Porque somos seres 100% relacionais, e dependemos uns dos outros para entregar qualquer tipo de resultado.
Portanto, se não começarmos a trabalhar nossas soft skills, ficaremos para traz não só como profissional, mas principalmente, como um baixo grau de autoconhecimento sobre si mesmo, afinal estamos aqui neste mundo para evoluir. EVOLUÇÃO é o tema central de tudo.
Então como é possível desenvolvermos nossas soft skills?
Bem, o primeiro passo consiste em o indivíduo começar a se auto observar para reconhecer suas fortes skills e também aquelas que precisam ser desenvolvidas. Uma boa dica é perguntar às pessoas do seu convívio pessoal e profissional o que elas reconhecem como sendo seus pontos mais fortes e os seus pontos a evoluir.
Uma vez que você começa a enxergar esses pontos, tudo vai ficando mais nítido e consciente das consequências que vem tendo no seu dia a dia, tanto no âmbito pessoal como nas relações interpessoais dos seus comportamentos e hábitos muitas vezes destrutivos ou pouco desenvolvidos.
Gosto muito de fazer uma analogia com os músculos do nosso corpo, ou seja, temos músculos que foram trabalhados ao longo da vida, o seja, as skills que você tem como fortalezas, porém temos músculos que, talvez não foram tocados ou treinados, ou seja, soft skills que não foram vivenciadas nas suas jornadas de vida e história até aqui, e que muito possivelmente estão atrofiadas, ou seja, estão ali paradinhas esperando uma oportunidade para serem aprendidas e vivenciadas.
O que eu quero dizer com isso é que sim, trazemos conosco um registro das nossas potências, porém em função das experiências vividas, ou seja, nossa história de vida até aqui, possivelmente pode ter nos possibilitado vivenciarmos mais algumas soft skills e menos outras. Uma vez que sua consciência está expandida, o segundo passo consiste em você encontrar novas formas de pensar e consequentemente agir.
Uma frase do Albert Einstein é muito apropriada para isso que estou dizendo: “Insanidade é querer um resultado diferente fazendo sempre igual”, ou seja, buscar praticar, por exemplo, a empatia ou a comunicação assertiva e conhecer caminhos para fazer diferente é a chave para essa mudança.
E, por último, a constância. Eu digo que quando praticamos um novo hábito por um período de tempo, esse novo hábito se torna um novo comportamento que fica automatizado no nosso cérebro. O desejo de mudar aliado com a expansão da consciência e a determinação no experimentar fazer de forma diferente, são o DNA da maestria da evolução pessoal.
O que você ganha desenvolvendo as soft skills?
Um mundo em transformação nos exige muita abertura ao desconhecido, lidar com o não vivido. Isso nos desafia a dar novos contornos a diversas soft skills que nos serão fortemente exigidas.
Por Lucedile Antunes
Fonte: Mundo RH