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É possível evitar o burnout?

É possível evitar o burnout?

5 de abril de 2023 / Carreira / por Comunicação Krypton BPO

Com relatos de longas horas de trabalho, o estresse crônico e a exaustão aumentaram entre setores da força de trabalho

O burnout é um fenômeno observado há tempos e em larga escala no ambiente de trabalho.

Mas ele atingiu seu pico durante a pandemia. Em meio aos lockdowns, às responsabilidades e à emergência de saúde pública, dados globais demonstram que mais profissionais relataram sensação de estresse crônico e exaustão.

Um estudo de março de 2021 entre 1,5 mil trabalhadores americanos, conduzido pela plataforma de recursos humanos Indeed, mostrou que 67% dos participantes acreditavam que o burnout aumentou durante a pandemia de Covid-19.

Três anos se passaram desde o início da pandemia e, até hoje, os sinais de redução do burnout ainda são poucos. No novo mundo do trabalho, grande parte dos profissionais segue sofrendo de exaustão.

E a incidência do burnout continua aumentando. Em uma pesquisa de fevereiro de 2023, entre 0.243 profissionais de várias partes do mundo, conduzida pelo centro de pesquisas e debates americano Future Form, 42% dos participantes relataram burnout – o maior número desde maio de 2021.

Teoricamente, os acordos de trabalho flexível deveriam trazer maior equilíbrio entre a vida pessoal e o trabalho, melhor produtividade e aumento do bem-estar para os funcionários.

As discussões sobre o burnout aumentaram e as empresas parecem mais dispostas a oferecer atrativos aos funcionários, como inscrições em academias e cobertura dos custos de home office.

Tudo isso, intuitivamente, deveria ajudar a reduzir os fatores de estresse que levam ao burnout. Mas, apesar desses fatores, os relatos de burnout continuam aumentando e o fenômeno já não pode ser associado apenas à pandemia.

Sua alta incidência indica que ele chegou para ficar, mesmo com os ajustes no ambiente de trabalho sendo promovidos pelas empresas.

Com isso, especialistas afirmam que empregadores e funcionários podem precisar se concentrar na gestão do burnout, em vez de tentar eliminá-lo por completo.

Os motivos do aumento

Quando chegou a pandemia, os problemas pré-existentes no ambiente de trabalho, como lidar com o estresse diário e a ansiedade na carreira, foram grandemente exacerbados pela incerteza da crise.

Sean Gallagher é diretor do Centro para a Nova Força de Trabalho da Universidade de Tecnologia Swinburne, de Melbourne, na Austrália. Ele afirma que tudo isso teve um “efeito combinado” para os profissionais.

Nas pesquisas globais, os trabalhadores australianos, muitas vezes, aparecem entre os que mais sofrem burnout no mundo.

“Os profissionais não só sofreram questões de saúde mental decorrentes do isolamento, sem saber se teriam emprego no dia seguinte, mas também precisaram equilibrar responsabilidades de assistência com uma nova forma de trabalho”, acrescenta Gallagher.

“Foi criado um efeito residual em termos de burnout – muitos trabalhadores, até hoje, ainda têm dificuldade para manter seu bem-estar na vida pessoal e profissional.”

Embora o trabalho híbrido e remoto tenha oferecido maior autonomia aos profissionais, a flexibilidade também tem seu preço: as jornadas de trabalho aumentaram.

Uma pesquisa de abril de 2022 entre 32.924 trabalhadores de várias partes do mundo, realizada pelo instituto de pesquisa ADP, concluiu que os profissionais trabalhavam 8,5 horas extras sem pagamento por semana, em comparação com 7,3 horas antes da pandemia.

“Tudo isso, muitas vezes, pode significar que o trabalho nunca para”, afirma Pang. “Você fica acessível onde quer que esteja, 24 horas por dia.”

“Os profissionais ficam frequentemente com a responsabilidade de resolver problemas resultantes do trabalho flexível, enquanto muitas vezes tentam encaixar ao máximo possível as responsabilidades de casa e do trabalho”, segundo ele.

O novo ambiente de trabalho também favorece o surgimento de novas causas de excesso de trabalho.

“Temos visto maus hábitos na forma de comunicação que surgiram a partir do trabalho remoto, como fazer uma reunião quando um e-mail seria suficiente”, afirma Gallagher.

Uma solução é possível?

Pang e Gallagher afirmam que as práticas atuais de trabalho fazem com que o burnout, em alguns casos, seja inevitável.

“Na verdade, o burnout deveria ocorrer apenas em algumas profissões – quando você fica continuamente na linha de frente para salvar vidas”, afirma Pang.

“Mas, no momento, para muitas empresas, ele se resume à tolerância do indivíduo a longas jornadas, excesso de trabalho e fadiga, quer ele sofra de burnout ou não”.

Além da alta incidência, alguns especialistas acreditam que preocupações econômicas mais genéricas significam que o burnout provavelmente irá permanecer por mais tempo.

“Além do trabalho, os profissionais também precisam lidar com enormes pressões de custo de vida”, afirma Gallagher

Enquanto houver ambientes de trabalho que façam com que seus funcionários sofram estresse crônico, excesso de trabalho e longas jornadas, o burnout chegou para ficar.

Mas, olhando para o futuro, os especialistas ainda acreditam que o objetivo deveria ser erradicar o burnout.

Mesmo que não pareça realista, a busca ainda vale a  pena, pois pode ajudar a reduzir seus efeitos mais prejudiciais e fazer com que menos profissionais precisem sofrer da condição.

Fonte: Folha de São Paulo

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