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Banco Central adia para outubro implementação da terceira fase do 'open banking'

Juros médios sobem em agosto apesar de inadimplência estável

28 de setembro de 2021 / Consultoria / por Comunicação Krypton BPO

A taxa média de juros no Brasil teve aumento de 1 ponto percentual em agosto sobre julho, a 29,9% ao ano, apesar de a inadimplência ter ficado estável em 3%, mostraram dados divulgados nesta segunda-feira (27) pelo Banco Central.

Os dados referem-se ao segmento de recursos livres, em que as taxas são livremente definidas pelas instituições financeiras, sem intervenção do governo.

Com isso, os juros médios passaram ao patamar mais alto desde maio do ano passado, quando também estavam em 29,9% ao ano. Na comparação com agosto de 2020, a alta foi de 3,3 pontos percentuais.

O encarecimento do crédito tem como pano de fundo o aperto monetário conduzido pelo BC em meio à aceleração da inflação no país. Após ter aberto o ano com a Selic na mínima histórica de 2%, o BC já elevou a taxa em 4,25 pontos de março até agora, ao patamar atual de 6,25% ao ano.

Em agosto, mês dos dados divulgados nesta manhã, o BC havia subido os juros básicos em 1 ponto, a 5,25% ao ano.

Entre as pessoas físicas, a alta do custo dos financiamentos foi expressiva no cartão de crédito rotativo, com crescimento de 4,6 pontos em agosto sobre julho, a 336,1% ao ano.

O cheque especial também subiu, embora em menor ritmo: avanço de 0,9 ponto na mesma base de comparação, a 124,9% ao ano.

Segundo o BC, o spread bancário no segmento de recursos livres permaneceu em 21,7 pontos percentuais, mesmo patamar de julho.

No geral, o estoque total de crédito no Brasil subiu 1,5% em agosto sobre o mês anterior, a R$ 4,335 trilhões, resultado que incorpora também o segmento de recursos direcionados, com taxas estipuladas pelo governo.

Com o isso, o saldo geral de financiamentos no país passou a responder por 52,3% do Produto Interno Bruto (PIB).

No acumulado de janeiro a agosto, a expansão do estoque de crédito foi de 7,8% e, em 12 meses, de 15,9%.

 A alta do IPCA-15 chegou aos dois dígitos no acumulado em 12 meses pela primeira vez desde o início de 2016 depois de a prévia da inflação oficial brasileira ter registrado em setembro alta acima do esperado, e no nível mais elevado para o mês em 27 anos.

Em meio ao intenso movimento de aperto monetário diante das preocupações com a inflação, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) subiu 1,14% em setembro, depois de alta de 0,89% em agosto.

Esse foi o maior resultado mensal para o índice desde fevereiro de 2016 (1,42%) e a taxa mais elevada para um mês de setembro desde 1994, início do Plano Real.

Com isso, o acumulado em 12 meses chegou a 10,05%, alcançando os dois dígitos pela primeira desde os 10,84% registrados em fevereiro de 2016, segundo os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta-feira (24).

A meta oficial para este ano é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA. A forte pressão inflacionária recente levou o Banco Central a elevar a taxa básica de juros Selic nesta semana a 6,25%, no segundo aumento seguido de 1 ponto percentual.

“Com certeza (essa inflação) pressionará o Banco Central até o próximo Copom. O mercado vai pedir alta maior que 1 ponto (percentual na Selic)”, afirmou Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos.

Os resultados ficaram acima das expectativas em pesquisa da Reuters de avanços do IPCA-15 de 1,02% e 9,93% respectivamente nas comparações mensal e anual.

Os maiores vilões do IPCA-15 em setembro foram, mais uma vez, gasolina e energia elétrica, de acordo com os dado do IBGE.

Os combustíveis subiram em setembro 3,0% depois de alta de 2,02% no mês anterior. Somente a gasolina disparou 2,85% e acumula avanço de 39,05% nos últimos 12 meses.

Entre os outros combustíveis as altas foram de 4,55% do etanol, 2,04% do gás veicular e 1,63% do óleo diesel (1,63%). Isso levou o grupo Transportes a subir no mês 2,22%, de 1,11% em agosto. No grupo ainda se destacou o avanço de 28,76% das passagens aéreas, após a queda de 10,90% em agosto.

Já a energia elétrica subiu 3,61%, embora a taxa tenha desacelerado em relação aos 5,0% de agosto. No mês passado, vigorou a bandeira vermelha patamar 2, com acréscimo de 9,492 reais a cada 100 kWh consumidos, e a partir de 1º de setembro passou a valer a bandeira tarifária de Escassez Hídrica, que acrescenta 14,20 reais para os mesmos 100 kWh.

Esse resultado pressionou o grupo Habitação a um avanço de 1,55% em setembro, de 1,97% no mês anterior.

Com importante peso sobre o bolso do consumidor, a alimentação no domicílio acelerou de 1,29% em agosto para 1,51% em setembro, com os preços das carnes subindo 1,10%. Assim, a inflação do grupo Alimentação e Bebidas disparou a 1,27% em setembro, de 1,02% antes.

Nesta semana, depois de elevar a taxa básica de juros Selic a 6,25%, o BC indicou que irá avançar em “território contracionista” ao dar sequência ao seu agressivo ciclo de aperto monetário para domar uma inflação que tem se mostrado mais persistente e disseminada.

Choques nos preços em meio à crise hídrica e a alta do dólar frente ao real, que encarece produtos importados, têm afetado expectativas para este ano e também para o próximo. O próprio BC passou a ver inflação de 8,5% em 2021, frente a 6,5% antes.

“Pressões significativas de custos de insumos, inflação de serviços em alta, risco fiscal e político e forças inerciais estão contaminando o cenário para 2022 e devem levar o Banco Central e direcionar a Selic para território contracionista”, avaliou o chefe de pesquisa econômica do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos.

O mercado já enxerga a inflação ao final deste ano em 8,35%, de acordo com a pesquisa Focus mais recente realizada pelo BC junto a uma centena de economistas. Para 2022 a projeção é de alta do IPCA de 4,10%.

Fonte: Diário do Comércio

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